quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sobre o Perú

Olá, sou Luiz Guia de Turismo em Salvador - Bahia!


Este blog surgiu com o objetivo de auxiliar as pessoas que pretendem ir ao Perú com a experiência de quem viveu pouco mais de trinta dias naquele maravilhoso país.


Para as agências de turismo que enviam seus clientes ao Perú, e que por ventura necessitem um guia com formação Nacional e America do Sul para acompanhar seus grupos com responsabiliade e experiência de dez anos no segmento!


Nas próximas páginas descrevi todos os truques que desenvolvi durante minha estadia no país bem como erros e acertos, dicas e sugestões, valores de passeios, estratégias de custos etc.. 


A organização do blog é de acordo com a data da publicação, então esta pagina que estão lendo agora foi a última postagem publicada. O ideal é que comecem a leitura a partir do dia 03 de outubro, data da primeira postagem quando nos preparavamos para esta viagem, para isso basta verificar a lista das datas do lado direito desta página no campo "arquivo do blog" mês de outubro.


Estou inteiramente disponível para quaisquer dúvidas e esclarecientos que venham a surgir! Você pode entrar em contato comigo ou contratar meus serviços através do site:
 
http://www.luizguia.pro.br/ ou luizomj@hotmail.com

Boa leitura,


Um abraço a todos..


Luiz Antonio Moraes


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Voltando ao Brasil!

Alteramos a data do nosso retorno para o Brasil com alguma antecedência, mudando a nossa estadia no Perú de sessenta, para pouco mais de trinta dias. Já estamos em meados de novembro e para quem trabalha com turismo como nós  precisamos regressar, o movimento em Salvador já começa forte. Saimos do hotel por volta das 17:00, nosso voo de Arequipa para Lima saia as 18:30. Pagamos 10 soles no taxi da Plaza de Armas até o aeroporto. O nosso voo tava previsto para as 19:30, havia uma aeronave saindo aquele momento então a atendende nos transferiu, autorizando o embarque imediato, apenas uma hora de viagem. Do aeroporto de Arequipa para Lima é obrigatório pagamento de taxa aeroportuaria para deixar a cidade, S/ 11 soles por pessoa e no Aeroporto  de Lima para o Brasil a taxa é de U$ 31 dolares por pessoa. Um tiro..
Ficamos fazendo hora no aeroporto de Lima onde só embarcariamos a meia noite e meia. Compramos algumas lembranças e perfumes na Dutty Free para matar o tempo. De Lima a São Paulo são  4 horas e meia de vôo, mais o fuso de 2 horas, chegamos a Sampa as 7:30 
Partimos de São Paulo as 12:40 e chegamos em Salvador as 13:50. Na Bahia não existe horário de verão como em Sampa por isso o voo aparentemente durou apenas uma hora.

Bem, com a finalização deste ultimo embarque, além da viagem encerramos também este blog, espero que tenham curtido a viagem conosco..

Hasta la vista, no encontraremos em breve.

Até a próxima aventura.

Luiz Antônio Moraes


domingo, 15 de novembro de 2009

Passeando com os donos do Hotel

Hoje fomos convidados para um café da manhã pelos donos do hotel onde estamos hospededados.
Eles nos levaram a uma picanteria. Antes vou explicar sombre este ambiente e porque o café neste lugar. Os peruanos costumam comer muito, e aqui não se tem o habito de tomar café da manhã, não se encontra pelas ruas cafezinho com pão delicia, eles comem pela manhã quase que um almoço, portanto se você não tomar café em um hotel é melhor que vá a uma padaria comer um hamburguer porque não existe café como estamos acostumados no Brasil. Procurem saber se o hostal que querem se hospedar  inclui  "desayuno"  (café da manhã) Normalmente no hostal não há. Como estamos em um hotel não temos este problema embora não existe nossos cafés fartos, somente pão (que não é bom) manteiga, café, se pedir leite tem que pagar a parte.
Almoçar de manhã não é muito agradável para maioria dos Brasileiros.
Voltando ao assunto: As picanterias são restaurantes que normalmente servem comidas picantes a base de pimenta ou temperos fortes. No Perú as picanterias são muito comuns! Nossos anfitriões nos levou em um destes ambientes tradicionais do Perú e o prato para a primeira refeição do dia; "Adobo".
Já haviamos visto nos cardápios pelas ruas,  não fosse por eles com certeza não experimentariamos um prato com este nome, quando lhes expliquei o que é Adubo no Brasil cairam na risada.
Trata-se de um caldo muito bem temperado com pedaços de carne de porco incluindo gordura. Ao final tomamos uma bebida aperitiva de nome Anis para auxiliar a digestão. Saimos a rua e o marido de norma nos levou para dar uma volta a fim de conhecermos melhor o distrito de Yanuhara, fomos a um grande shopping e depois o Erick nos levou para conhecer uma outra tradicional Picanteria do Perú  de nome La Capitana. Quem for até lá poderá apreciar minha dedicatoria ao amável povo Peruano, assinado por mim e Jeanne com a data de hoje 15 de novembro de 2009. Turistas extrangeiros podem deixar suas impressões da cidade ou do restaurante nas paredes de Adobe, infelizmente não pude registrar o momento porquê esquecemos a câmara no hotel. Como ainda não estavamos com fome, comemos um prato chamado "Soltero" uma especie de picadinho de salada com queijo branco, muito bom.
voltamos ao hotel e passamos a tarde descansando.
Voltamos já..


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Usando o Cartão de Crédito no Perú

Esta informação é importante para quem pretende viajar para o Perú, acredito que deve ser igual para toda a America Latina.

É melhor que façam os pagamentos do que quer que resolvam comprar, sempre em cartão de crédito! Hoje chegou a nossa fatura e como já estamos a um mês em Arequipa pudemos constatar que além de melhor é mais seguro que andar com dinheiro.

Pagamos a hospedagem do nosso hotel S/250 soles a quinzena no cartão de crédito. A fatura foi convertida em Dolár e chegou para pagamento no valor U$ 87,00 dolares. No dia do fechamento da fatura o dólar bateu em 1,76 ou seja  R$153,00 reais.
Um outro exemplo: Compramos um passeio por U$ 25,00 dolares, como o cambio deles aqui é de 3 soles para um dolar se quiser pagar em moeda local este passeio custaria S/75 soles.  No cartão de crédito o câmbio saiu por U$1,76 no que pagamos na fatura 44 reais.

A diferença é interessante e você não precisa carregar tanto dinheiro, só paga quando a fatura chegar e ainda termina ganhando um " desconto" no valor pago por conta da diferença do nosso câmbio, entenderam?

Detalhe: Nem todos os estabelecimentos trabalham com cartões de crédito e aqui só o VISA é conhecido. Não adianta trazer outro tipo de cartão a não ser nos ambientes voltados para turistas que geralmente são bem mais caros. Nós conseguimos usá-lo no hotel, supermercados, farmácia e alguns restaurantes.

Algumas agências de turismo querem cobrar de 10 a 12% a mais se for pagar passeio no cartão aí neste caso não vale a pena usá-lo, melhor pagar em dólar por que no Brasil você compra o dólar mais barato e aqui o seu câmbio é quase três vezes mais.
Lembrando que na fatura houve uma cobrança de 11 reais referente a taxa de IOF por usarmos  o cartão  fora do país, mesmo assim vale mais a pena.

Por isso abusem do cartão, e se vierem para o Perú comprem Euros ao invés de dolares ele vale bem mais, já falei sobre isto em outro comentário deste blog.

Descobrimos hoje que para sairmos de arequipa até Lima o aeroporto cobra uma taxa de 12 soles por pessoa e de Lima para o Brasil U$ 31,00 dolares por pessoa.. Taxas aeroportuárias.... Uma facada!

Um abraço...Boa viagem e boa sorte!




Terremoto em Arequipa

Ontem a noite eu estava dando aula de portugês para a dona do hotel. Voltei para o quarto por volta das 21:30. Quinze minutos depois a terra foi acomedida por um abalo sismico. Na Escala Richter foi um movimento de aproximadamente 4.2, segundo os trabalhadores do hotel. É comum esta acontecimento aqui em Arequipa .
Não dá para assustar, nada vimos nem nada sentimos.

Um pouco do Brasil no Perú

Ontem a tarde passavamos pela plaza de armas quando esctuei um som de sanfona e zabumba. Imaginei de imediato que só poderia ser coisa do Brasil. Me aproximei mais e vi uma grande roda de pessoas observando uma coreográfia em meio a praça, logo pude indetificar pelo figurino as cores da nossa bandeira. Um grupo de mineiros que participam de uma mostra de dança em Arequipa, cantavam em coro musicas de Luiz Gonzaga e outras interpretações como meu  Brasil Brasieliro. Após a apresentação conheci o grupo que me identificou de imediato. Fizeram uma festa por este encontro. O povo da nossa terra é assim, caloroso e festeiro, que trabalho bonito difundir um pouco da nossa musicalidade e cultura, parabenizei-os e matei saudades do ritimo de nossos instrumentos. 

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

RAFTING NO RIO CHILE



Hoje A van veio nos buscar as 8:20 para fazermos um rafting no rio Chile, um dos rios próximos a cidade de Arequipa! Contratamos o passeio em uma agência que nos ofereceu um desconto, pagamos U$21 dolares por pessoa. As demais cobram U$25. Não é necessário escolher a melhor agência, o roteiro não é operado por nenhuma delas, eles revendem o passeio para um grupo de chilenos que já exploram esta atividade no Rio a muitos anos, toda temporada.

Já havia comentado sobre esta situação em outra parte deste blog, tem agencia que cobra todo tipo de preço mas apenas duas ou três fazem a operação do passeio,  neste caso só há esta equipe operando, então fiquem ligados no preço.
Normalmente a saida é por volta das 8:00 com retorno previsto para as 12:00. Não precisa levar dinheiro até porque não terá onde gastá-lo. A equipe oferece água e no final, suco, chocolate e biscoitos. Dá para retornar no horário do almoço.



Pegamos uma estrada secundária e após 40 minutos de viagem estavamos no ponto da descida da corredeira.
A equipe composta por dois guias, um para cada bote e o fotógrafo que vai em um caiaque fotografando todos os momentos do grupo nas corredeiras. (Caso queira eles vendem um CD com todas as suas fotos e do grupo durante a decida na corredeira por 20 soles, pechinchamos, saiu por 15)
O equipamento é necessário, eles oferecem roupa e sapatos de neoprene, capacete e os coletes. A água é gelada.


O rafting é a prática de descida em corredeiras em equipe utilizando botes infláveis, equipamentos de segurança. Antes de começar a descida, o nosso instrutor passou à todos os participantes detalhadas instruções de conduta relativas à segurança e manejo do bote. Estas Instruções são lembradas durante momentos estratégicos da descida, e seu cumprimento é fundamental para um bom desempenho durante a decida. O rafting comercial proporciona a experiencia de descer o rio para pessoas de qualquer idade e em sua maioria pessoas que nunca tiveram uma experiência anterior, tornando o esporte acessível e seguro.


Hora de descer, um guia de idioma inglês em um bote com os gringos, outro em espanhol com exclusividade para "nosotros".
Foram uma hora e meia de corredeiras do nível um ao quatro, muito bom, um dos passeios que mais gostamos. Depois fizemos uma parada para reunir o grupo e saltar do alto de uma rocha para curtirmos as águas gélidas do rio Chile.


O passeio foi acima as expectativas, experimentem! 
Como profissional da área recomendo...

Um abraço..
Até a proxima...












segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A cidade de Cuzco

A van no deixou perto da Plaza de Armas em Cuzco por volta das 22:00. Decemos caminhado e a fim de procurar um lugar para passar a noite. Já houviramos falar que a hospedagem em Cuzco é  cara, cidade turistica é explorada, os hoteis perto da praça de armas cobravam diárias a partir de U$ 50 dolares. Estava um frio de trincar os ossos, encontramos um hostal bem simpleszinho com pernoite por 30 soles, deixamos a bagagem e saimos para comer. Achamos um restaurante bem frequentado na praça de armas, o ambiente só tinha forasteiros e alguns Brasileiros  também. Cuzco tem muito extrangeiro em todo lugar, quase não sobra espaço para os cusquenhos. Pedi um refrigerante e de pronto a garçonete me perguntou se eu queria gelo. Aleluia, eles estão mais acostumados a trabalhar com Brasileiros, finalmente um refri gelado. Comemos uma pizza e voltamos para o hotel. No caminho um mercadinho, que cidade cara.  Os valores aqui são quase dobrados comparados a Arequipa. A noite não foi muito boa, o frio era intenso. Encerramos a conta pela manhã e fomos passear pela cidade. O hostal era tão chinfrin que não havia café da manhã. Pagamos 7 soles por pessoa para comer pão com manteiga, ovo e café com leite. Aqui não existe café farto como no Brasil e os Peruanos não tem costume de comer frutas, verduras e legumes. Fomos dar uma volta pela praça e visitar alguns monumentos que eu julguei interessante descritos no guia de Cuzco.

Cuzco era o centro do mundo para os incas. Por isso, os espanhóis construíram outra cidade em cima da suntuosa capital.
A origem de Cuzco se confunde com as lendas do império inca. Havia sido habitada por séculos antes da chegada deste povo, mas foi sob seu domínio que a região conheceu o apogeu.
No início da ocupação, a cidade era divida em dois setores: Hanan ( alto) e Hurin (baixo).

O grande planificador de Cuzco como sede do império foi o soberano Pachacutec. Para conseguir seu intento, Pachacutec ordenou a desocupação da velha Cuzco, elaborou um novo traçado para a cidade e tratou de repartir suas casas e terrenos entre aqueles que julgavam que deviam viver ali.
A reconstrução da cidade foi iniciada com a canalização de riachos, com isso, além de evitar enchentes, garantia o abastecimento de água para a cidade. O soberano convocava pessoas de vários impérios para a mão-de-obra.
 Cusco é, provavelmente, uma das cidades peruanas mais conhecidas no exterior. Não porque se trate de uma metrópole, na verdade não há mais que 300.000 mil habitantes nesta cidade que também é a Capital de uma província e de uma região homônimas. O grande reconhecimento internacional de Cusco se dá pela sua riqueza histórica e cultural.

   Segundo alguns achados arqueológicos, a região do Vale Urubamba, onde Cusco está situada, é habitada desde o terceiro milênio antes de Cristo. Entretanto, os estudos mostram que a primeira vez em que se estabeleceu um sistema comunitário com instituições sociais e grandes obras de irrigação (o que demonstra a existência de um estado), algo que podemos chamar de cidade, aconteceu no século XI AC, ainda no período da cultura Killke.

   Porém, os tempos áureos de Cusco chegam sob o império Inca, do qual a cidade foi capital por vários anos. O projeto urbanístico de Cusco  parece ter imitado as formas de um puma, dividindo a cidade em urin e hanan.  Para a sua construção, foi necessário canalizar dois rios que passaram, então, a contornar a cidade.Após a morte do Sapa Inca Parachuti (imperador que, segundo a lenda, fundou a cidade) a posse dos territórios que formavam Cusco era de alguns senhores que tinham a obrigação de fortificar as suas áreas. Depois da morte desses senhores, a posse passava para seus filhos, mas a administração das terras era feita por um grupo de parentes do antigo dono.



 Fizemos um tour caminhando pelas ruas conhecendo um pouco a cidade. Existe um boleto turistico que é uma especie de passe livre para visitar todos os atrativos e monumentos históricos arquitetônicos da cidade. Li na net que o referido boleto custa 70 soles mas uma agência queria vender-nos por 135 dolares. Desistimos de comprá-lo, visitamos apenas o que julgavamos interessante. A cidade toda é turistica e cada entrada de museus, igreja etc, custa de 10 a 15 soles.



A cidade possui uma boa infra-estrutura para recebimento de turistas, desde hotéis e restaurantes. Cuzco é na verdade uma cidade muito sofisticada, onde a cultura incaica se encontra com o melhor da cultura ibero-americana. Encanta o charme de seus prédios com balcões ricamente esculpidos em estilo moçárabe. Há restaurantes finos e bons.
É verdade que o acesso de turistas do mundo todo, com seus dólares e euros, inflacionaram os preços em Cuzco, mas o que percebo aqui no Perú como um todo, é que se procurar é possivel encontrar ambientes diferenciados e agradáveis onde é possivel comer bem e gastar pouco.




Os passeios obrigatórios pela cidade incluem a visita as suas incontáveis igrejas, capelas e conventos, que são de uma arquitetura belíssima. No entanto, a descoberta maior são as construções incaicas e pré-incaicas que fazem de Cuzco um verdadeiro sitio arqueológico a céu aberto. A maioria das igrejas e construções coloniais foi erguida em cima das paredes incas, que possuem uma tecnologia que minimiza os efeitos dos abalos sísmicos que assolam a cidade há milênios. Um destes sítios é a antiga residência oficial de Inca Roca. Embora parte dela tenha sido destruída pelos espanhóis, o paredão está bem preservado e resistiu melhor aos terremotos que algumas construções espanholas. Lá é possível observar a famosa “pedra dos 12 ângulos”, que sustenta todo o restante da construção e nos dá um pouco da visão sobre a tecnologia dos antigos incas.  

Deixamos a cidade de Cuzco por volta das 14:00 horas em direção a rodoviária, não havia ônibus para Arequipa naquele horário, teriamos que esperar até as 19:00. A solução  seria desembarcar em Juliaca e em outro ônibus seguir viagem até a cidade de destino.  Após dez longas horas, e muitos contratempos, chegamos em Arequipa quase as 2 da manhã.

Ao sair da rodoviária procurando um taxi, fomos abordados por dois policiais. Preocupados pela nossa situação de extrangeiros informaram para só pegar os taxis credenciados de dentro do terminal. No Perú qualquer veiculo pode ser um taxi e por medida de segurança, gentilmente o policial anotou o número da licença do taxista, nossos nomes e o endereço do nosso hotel. Gostei muito desta preocupação e apoio aos turistas em vista ao país.
Chegamos no hotel, banho e sono profundo!


 











Aguas Calientes e Machu Picchu

Chegamos a Cusco no dia 01/11. Haviamos saido de Puno na noite anterior as 21:00 e desembarcamos na rodoviária as 04:00 da manhã. A nossa previsão seria para chegada as 6:00. Como ainda era madrugada achamos prudente aguardar amanhecer para irmos até o centro de Cuzco procurar um hotel ou sair direto para Ollantaytambo a cidade de onde sai o trêm para Machu Picchu. Estava um pouco frio. Deixei Jeanne me aguardando e fui em busca de informações.  Conversando com os taxistas, descobri que os ônibus para Ollantaytambo não saiam daquele terminal, Cuzco possui duas rodoviárias. Paguei cinco soles para ele nos levar até lá,  no meio do caminho o motorista  nos deu uma dica oportuna; Em uma rua próxima havia algumas vans que faziam o transporte para Urubamba, uma cidade vizinha a ollantaytambo, o transporte já estava de saida. Eram vans novas que faziam a viagem em uma hora, contra os ônibus da rodoviária que demoravam duas. Por cinco soles, após uma hora chegamos na estação rodoviária de Urubamba, um povoado pequeno. Neste terminal descobrimos que não existia ônibus para Ollantaytambo, iriamos de Van ou de taxi, a distância era pequena, cerca de 20 minutos de viagem, optamos pela Van. A passagem era bem barata, um sol e vinte. Como chegamos primeiro, sentamos  no fundo da Van. No momento da saida começou a subir os trabalhadores da região que usavam este transporte. Era muita gente, mais que a capacidade da Van. Jeanne começou a torcer o bico nem havia mais como descer estavamos no fundo. Eu estava achando aquela cena muito engraçada, as pessoas não se importavam com a lotação, eles até colaboravam fazendo mais espaço para os outros se acomodarem. 
Alguns minutos depois desceram duas pessoas, aliviou um pouco mas logo adiante entraram mais três, um homem acompanhado de uma mulher e uma criancinha amarrada as costas. Apesar da situação o povo era educado, não reclamavam, quando Jeanne quis decer da van minha preocupação era perder o trêm, imaginava que o próximo carro sairia igual aquele  e então iriamos daquele mesmo jeito.  A van  para 12 passageiros já estáva com 21! 
A viagem foi rápida, chegamos a Ollantaytambo e procuramos o terrminal de trem para seguirmos a Águas Calientes, a cidade base para Machu Picchu. Pegamos o backpacker, a passagem custou U$ 43,0 dolares por pessoa, eles aceitam cartão. No Perú o Visa é o mais aceito em todo lugar. A viagem de trem dura 1:40hs, durante o percurso podemos observar lindas paisagens de selva e serra pelo caminho. O trem sobe até uma altura de 2.100 metros seguindo a corrente do rio Urubamba, contornando picos nevados. Extrangeiros não podem viajar na linha de trem usada regularmente como transporte pelos habitantes locais. Se alguém for pego nessa situação, o trem é parado e o viajante terá que descer no meio da estrada. Sem duvida este é um dos melhores passeios no Perú. 
Chegamos ao povoado de Aguas Calientes. Aguas Calientes é o nome coloquial de Machupicchu Pueblo, uma cidade no Peru às margens do rio Urubamba. É conhecida por ser o mais próximo acesso à cidade inca de Machu Picchu, a seis quilômetros de distância, cerca uma hora e meia de caminhada, ou trinta minutos de ônibus. Tem muitos hotéis e restaurantes para turistas, bem como as fontes termais que deram o nome à cidade "águas quentes". Os banhos termais foram destruídos por enchentes anos atrás, mas foram reconstruídos.
Originalmente estabelecido por poucas famílias de fazendeiros em 1901, o pequeno povoado transformou-se num agitado acampamento de trabalhadores, chamado Camp Maquinachayoq, durante a construção da ferrovia nos anos 1920. A cidade era o ponto central de acampamento até que a ferrovia terminou em 1931.
Águas Calientes serve como terminal de passageiros da ferrovia PeruRail. Os trens servem os habitantes e turistas vindo de Cusco e de Ollantaytambo para visitar Machu Picchu. Um mercado de souvenir´s fica ao lado da estação. A avenida Pachacutec é a principal rua da cidade.
Desembarcamos na estação e fomos comprar a passagem para subir até Machu Picchu. Eles organizaram muito o turismo, sobem somente os ônibus credenciados, nenhum veículo mais. A passagem custou U$ 14,00 dolares por pessoa ida e volta. É possivel ir caminhando, são 4 kilômetros subindo em uma estrada de terra. 
 

Após uma subida de 35 minutos chegamos ao terminal turistico de Machu Picchu. Na entrada do Parque onde se situam as ruinas, uma infra-estrutura turistica de primeiro mundo, hotel 5 estrelas, banheiros limpos, lanchonetes, restaurantes. O turismo aqui não é barato, uma garrafinha de água custa 5 soles. A entrada para Machu Picchu 124,00 soles por pessoa. Apresentamos a carteira de estudante brasileira mesmo e pagamos a metade, 62,00 soles por pessoa. Não viagem sem ela. Uma guia ofereceu seus serviços por 15 soles por pessoa, enquanto reunia um grupo. Eu ainda não havia encontrado Brasileiros pelo Perú só aqui. O nosso grupo era composto por 12 pessoas a maioria Brasileiros.
 
Machu Picchu


Edificada num penhasco situado a mais de 2350 metros de altitude, a antiga cidade inca de Machupicchu (em língua quíchua, velha montanha) encerra ainda muitos dos seus segredos. Desde a sua descoberta, em 1911, pelo historiador americano Hiram Bingham, que se multiplicam as mais variadas teorias em torno do seu valor estratégico, religioso e social.

Cidade das mulheres eleitas para servir os soberanos Incas (80 por cento do esqueletos encontrados eram de indivíduos do sexo feminino) Local de retirada estratégica durante as guerras fratricidas dos Incas. Certo é, que os conquistadores espanhóis do Século XVI não tiveram conhecimento da sua existência, mas este fato poderá encontrar explicação no abandono da cidade por parte dos próprios Incas, anos antes da sua chegada.

Para outros arqueólogos foi, sobretudo, um lugar de culto religioso ao Deus Sol, no culminar de longas romarias pela famosa «trilha inca», uma via empedrada com 33 quilômetros, por encostas mescarpadas onde predomina a vegetação sub-tropical da região.

Na verdade, este passado que permanece envolvido em mistério, constitui um dos principais atrativos para as centenas de turistas que visitam a cidadela anualmente. Machupicchu é, hoje, conhecida em todo o mundo, a par das pirâmides do Egito, da grande muralha da China ou das ruínas de Pompeia.
Os edifícios da cidade, depois de alguns trabalhos de recuperação, apresentam-se em excelente estado de conservação, distribuindo-se de acordo com as funções a que eram destinados ou a classe social dos seus habitantes. O bairro alto era ocupado pelas castas religiosas e pelas famílias mais abastadas, enquanto os operários e escravos se alojavam nas pequenas casas situadas mais abaixo, mais encostadas à falésia.

No meio da praça central plaza principal os Incas procediam às suas manifestações religiosas e, no topo de uma elevação vizinha, o templo do Sol e a pedra sagrada onde os sacerdotes cumpriam os rituais e os sacrifícios de llamas e outros animais domésticos para satisfação do Deus Sol. Templo de las Três Ventanas, Las Puertas, La Calle de las Fuentes, são alguns dos muitos pontos de interesse, mas o melhor é perder-se no labirinto de ruas e ruelas, vasculhar os becos mais recônditos e imaginar como era vida quotidiana dos habitantes de Machupicchu.
A cidade ocupa cerca de cinco quilômetros quadrados e, na encosta, os Incas construiram plataformas ou socalcos agrícolas que, ainda hoje, conservam os seus sistemas de irrigação e os celeiros onde eram guardados os produtos das colheitas. Desaparecida a civilização inca, o seu testemunho permanece para sempre gravado naquelas pedras de granito, cuja técnica de corte e encaixe dominaram como ninguém. 

 
Deixamos Machu Picchu encantados com tudo que vivos e conhecemos. Pegamos o ônibus de vota a Águas Calientes. Eram 2:30 da tarde, compramos as passagens do trêm para as 18:00, pois havia um valor diferenciado, U$ 31,00 dolares por pessoa. Enquanto aguardavamos o horário de saida do trêm, consegui um hostal para tomarmos um banho  por 10 soles, passeamos um pouco pelo artesanato da cidade e embarcamos na estação. 
 
De volta a Ollantaytambo, pegamos uma Van direto para Cusco por

10 soles e uma hora de viagem. Nos acomodamos em um hostal para no outro dia conhecer Cusco!

Para quem pretende fazer este passeio, as agências de turismo em Cusco cobram em média U$ 185,00 dolares por pessoa para Machu Picchu incluindo trêm e taxas. Indo por nossa conta gastamos bem menos.

Saludos!




 











 

sábado, 7 de novembro de 2009

As Ilhas Taquile

Deixamos Amantaní pela manhã acompanhandos por Judite que nos levou até o cais logo após a café. Nos despedimos da simpatica garotinha, e embarcamos na lancha. Dei-lhe uma boa gratificação pelo seu empenho e dedicação e algum dinheiro brasileiro. Se não conseguir trocá-lo servirá para coleção! Creio que em suas mãos aquela cédula teria mais encanto do que nas minhas naquele momento. Rs.


Alguns 40 minutos depois estavamos em Taquile. O vento que soprava forte agitara o Titicaca. Não imaginara que naquela parte do lago a força dos ventos provocava ondas embalando o barco neste pequeno trecho da viagem.  A nossa expedição  atracou do outro lado da ilha para fazermos uma caminhada de três kilômetros contemplando a natureza e a paisagem da região. Boa parte da caminhada foi subida, e aqueles mesmos problemas já relatados com subidas em atitudes voltaram a acontecer.  É Preciso caminhar devagar. O guia deixou o grupo a vontade, cada um no seu ritimo, combinando com todos um horario para nos encontrar na praça central da ilha, era só seguir a trilha. 
A vista é deslumbrante, a paisagem maravilhosa.
Depois entendi porque descemos daquele lado da ilha, a subida embora puxada era bem mais suave do que se tivessemos encarado os 567 degraus que descemos para sair da ilha. Não se trata de uma escadinha plana e reta, ela contorna a montanha em zigue zag,com degraus altos , baixos  e espassados é quase uma trilha desalinhada de pedras. Penso que muita jente ia desistir de subir.



Taquile é uma ilha rochosa, a maior do lago Titicaca é localizada a 35 quilômetros ao norte do Puno; conserva tradições intactas, costumes e as leis do tempo incaico.  A única vila fica no alto montanha à 190 metros acima do lago.
Conforme subíamos, encontramos muitos taquilenhos fazendo suas atividades diárias que são basicamente a agricultura e o artesanato. Seus trajes logo nos chamaram a atenção pois são diferenciados conforme o estado civil de cada um. As mulheres casadas normalmente se vestem com saia preta e blusa de cores sóbrias. Sobre a cabeça levam um xale de lá negro. As moças solteiras também usam o xale, mas suas roupas são de cores vivas e com enormes e coloridos pompons nas pontas do xale. Todas usam de 5 a 6 saias, uma por cima da outra. Os homens em geral usam calça e colete pretos e uma cinta larga e colorida na cintura. Junto à cinta levam uma bolsa onde carregam as folhas de Coca. A diferença entre solteiros e casados está no gorro. Os solteiros um gorro branco e vermelho e os casados um gorro vermelho. Se o homem solteiro está comprometido usa o pompom do gorro para o lado. Se está disponível, usa o pompom para trás. Eles respeitam uma lei antiga que é também adotada por outras ilhas que passamos no Titicaca:
Ama Sua – Não seja ladrão.
Ama Kella – Não seja preguiçoso.
Ama Llulla – Não seja mentiroso.
Além disto, o principio de companheirismo e da reciprocidade são muito fortes na ilha.
Se alguém precisa de ajuda, todos ajudam. Cada comunidade tem um presidente a quem todos os conflitos e necessidades são apresentados. Como sinal de sua autoridade, estes chefes usam um gorro colorido sob um chapéu escuro. Todos os Domingos, depois da missa, os presidentes das diversas comunidades se reúnem com o prefeito eleito por 4 anos  para discutirem soluções dos problemas. A reunião só acaba com a solução a cada caso. Com isto o clima de paz na ilha é preservado.


A pessoas da vila também são muito saudáveis. Existem poucas doenças e a média de vida é um das mais elevadas do Peru, chegando aos 85 anos. Isto se deve muito a vida tranqüila e ao fato de se alimentarem basicamente de vegetais. Os animais da ilha são usados para a agricultura, para tirar leite e lã.
Depois de quase uma hora de caminhada chegamos a vila. Um grande arco marca entrada, assim com a divisa entre as comunidades. Na praça principal, há um grande prédio onde todo o artesanato é vendido através de uma associação local. Neste lugar a maioria deste artesanato é feito pelos homens e não pelas mulheres. Eles passam boa parte do dia tecendo bolsas, sacolas e outros objetos que usam ou vendem.  Fazem isto o tempo todo, mesmo quando estão conversando ou resolvendo problemas. As mulheres cuidam de fiar a lã, da casa e também do gado.

Existe na praça um prédio com uma exposição de fotografias mas estava sem  as fotografias. rs.

Fomos almoçar em um restaurante indicado pelo guia, pedimos uma truta do lago que vem como entrada sopa de Quínua.  Jeanne não gosta de sopa então fiquei com a a entrada. Pagamos 15 soles pelo almoço, é o preço cobrado em todos os restaurantes da ilha,  ainda bem que só pedi um prato  porque a comida não estava boa, o arroz sem gosto e a truta sem tempero, o guia deve ter nos levado a um restaurante onde ele sem dúvida recebeu uma comissão mais alta sem se importar coma a satisfação de quem iria comer. A maioria dos grigos deixou a comida toda no prato.
Após o almoço fizemos uma caminhada até a escadaria, descemos até o cais e embarcamos de volta para Puno, navegando mais 3:30. Chegamos a Puno e fomos para o hotel tomar banho e descansar para mais tarde pegarmos o ônibus para Cuzco! Chegando lá quem nos esperava foi o Ernesto em quem confiamos a compra das passagens, o mesmo que nos indicou o hotel e nos vendeu o passeio. Ao chegarmos na rodoviária tivemos uma surpresa, as passagens custavam 20 soles e não os 35 que pagamos para o Ernesto confiando na sua informação para que comprassemos com antecedência a fim de não correr risco de embarcar por conta do feriado de finados onde as pessoas viajam com muita frequencia. Então está ai a dica: Passagens rodoviárias comprem direto nas empresas das rodoviárias. Pelo valor que pagamos poderiamos ter viajado com um pouco mais de conforto no buscama. A culpa foi nossa, por não ter visto isso logo no  desembarque quando chegamos, ao menos ele nos encaminhou para a San Martín uma empresa boa.




 Saimos de Puno no bus de 21:00, uma viagem tranquila chegando em Cuzco as 4:00 da manhã!


Volto para relatar esta história também engraçada!


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As Ilhas Amantaní

Saimos de Uros umas 10:00 da manhã e só chegamos a Amantaní por volta das 14:00!  É nesta viagem que dá para fazer uma ideia de como o lago Titicaca é grande, parece o oceano, em alguns momentos não se vê terra à vista, a água é da cor do mar, e a vista fantástica!

Já contratamos o passeio sabendo que dormiríamos na casa de nativos mas não fazíamos a menor idéia de como seria. Logo ao chegarmos percebemos que várias famílias da ilha estavam no cais a espera do barco, vestidos com seus trajes tipicos da ilha.


O guia chamava um membro da familia e nos apresentava as pessoas que seriam responsáveis pela nossa acomodação e pela alimentação.  
Fomos recepcionados por Judite, a nossa anfitriã, filha da dona da casa, a garotinha foi nos buscar no cais e nos levou pela trilha até a sua casa.




As casas dos nativos ficam distante quase mil metros do porto, detalhe é que o porto fica na parte baixa da ilha, ou seja tem que subir.  Não há carrinho de mão nem teleférico, Amantani é uma Ilha localizada a quase 4 mil metros de altitude e as residencias ficam situadas a quase 5 mil metros. A esta altitude o cansaço é inevitável, o esforço físico se multiplica por três, a cada metro avançado, falta ar nos pulmões e os batimentos cardiacos aceleram bastante, principalmente com o peso do nosso equipamento. Paramos por diversas vezes para tomar folego. Jeanne não suportou o peso da mochila e eu tive que levar a minha e a dela e quase tive que carregar a ela também. Nada mal para um recem operado. rs



 

há cerca de uns 12 anos descobriram que o turismo pode ser muito proveitoso para toda a comunidade e tentam fazer com  que essa inestimável riqueza beneficie, de forma igualitária, todos os habitantes de Occosuyo, a comunidade da ilha. Assim, organizaram-se através de um sistema em que os turistas são distribuídos, por ordem do chefe da aldeia, pelas famílias com aposentos disponíveis para os acolher, rotativamente.  Todos os dias chegam lanchas com turistas.

Chegamos a nossa casa, ou  a casa da familia adotiva. Uma residencia simples, de dois pavimentos, no pavimento superior o nosso quarto e em frente um outro que a familia está atualmente utilizando como o refeitório para servir as nossas refeições. Era por volta das 15:00 horas, o guia marcou um ponto de encontro as 16:00. Subiriamos até o alto da ilha para visitar uma antiga ruina Inca. 

Observei que muitas das famílias que recebiam turistas investiam em arrumar um pouco a casa, preparar um quartinho mais incrementado e adaptá-las para os costumes dos hóspedes. No nosso caso, por exemplo, ficamos em um quartinho muito simples mas notoriamente arrumado, com poucos enfeites cautelosamente ali colocados para nos agradar e com uma entrada independente. As camas tinham quatro cobertores cada uma, poderiamos imaginar o frio que nos aguardaria.

Descansamos alguns minutos para logo mais subirmos até o pico da ilha. 
Jeanne não queria ir, estava cansada e com frio, convenci a fazer-me companhia e ela topou.

Judite veio nos chamar as 15:50. A familia que te adota fica responsável por você e pelos seus horários, ela nos acompanhou até a saida do local onde o guia reunira o grupo, Jeanne não resistiu a subida e voltou com Judite,  o guia nos ofereceu uma plantinha de nome muña da qual também tomamos um chá mais saboroso que o de coca. A plantinha tem propriedades vasodilatadoras e facilita e muito a respiração nas altitudes, basta esfregar nas mãos e absorver o seu aroma. Foi com a ajuda desta planta que consegui chegar ao pico sem maiores problemas, esta especie só dá nestas regiões andinas acima de 5 mil metros...    viva a sabedoria da natureza.


                 Foto: Jeanne segurando um ramo de muña. Clique para ampliar.



Continuei com o grupo, já eram pouco mais de 16:30, o sol baixara e começava a esfriar..  foi bom mesmo Jeanne não ter vindo ela iria congelar, a subida era extensa e os pulmões pareciam que iam explodir, estavamos a quase 5.500 metros de altitude e a temperatura um 8 graus, porém não sentia frio, estava com o corpo muito quente pela subida puxada e  um tanto euforico, a sensação era agradável.

A cada metro eu ficava mais facinado com a ilha, as comunidades vivem sobre a pratica da subsistência (agricultura e pecuária), utilizando muita energia solar, algumas casas possuem placa solar que alimentam uma bateria durante o dia para suportar a luz eletrica a noite. O guia explicou que para os habitantes da ilha é ainda uma tecnologia cara e como é subsidiada pelo o governo, a comunidade tem até três anos para pagar, mas nem todos aderiram  a sua utilidade, somente 70% da ilha usufrui.
Eles exploram muito saudavelmente o turismo (e não o turista) e tomam as decisões comunitárias em comunidade! Reunem o povoado para discutir sobre a colheita, as futuras plantações, os bichos, o turismo e os turistas, os casamentos, a manutenção do templo entre outras coisas. Enfim, fazem a alguns séculos o que chamamos hoje de desenvolvimento sustentável e participativo. Percebi que eles são muito felizes com sua comunidade, perguntei a Judite se ela algum dia gostaria de mudar da ilha e viver em outro lugar, ela diz que nenhum habitante da ilha pensa em sair dali.



Foto: Criação de ovelhas em Amantaní



 

Subimos até o topo, uma parada para  uma explicação sobre as ruinas e montanhas. A temperatura caia, quase 4 graus. O cenário é fantástico, parece de filme. 
As ruinas Incas das Ilhas Amantaní não são muito grandes e foram construidas com a finalidade de servirem como um observatório estelar.
Com estes estudos produzidos ali, os Incas dominavam as fases da lua, as colheitas, as estações do ano, baixa e altas temperaturas, vento e época das chuvas.


Pelo caminho diversas mulheres da ilha exibiam seu artesanato. 
Cheguei finalmente as ruinas, fiquei estupefato pela beleza da construção. É uma pena que uma civilização de cultura tão rica tenha sido destruída, em muitos campos como agricultura, medicina e astronomia, os conhecimentos dos Incas eram superiores aos dos europeus. Não se pode fazer idéia do que se perdeu, em termos de tratados científicos, organização sócio-política, agricultura, artes e arquitetura, com a destruição deste povo. 
 De lá de cima pude admirar todo o lago titikaka em um angulo de 360 graus e as gelereiras da divisa com a Bolívia. Minhas mãos começara a enrigecer, sentei-me junto com outros turistas de diversas partes do mundo para admirar o por do sol escondendo-se nas montanhas, alguns minutos mais e o sol se pôra por completo. Não quis voltar junto com o grupo que caminhava devagar, a maioria prevalecera nas ruinas até o ultimo adeus dos raios solares. já era quase noite e a trilha era escura e gelada, voltei na frente sozinho e correndo para aquecer os pulmões aproveitando o restinho de claridade. O ar entrava gelado pelas narinas, cheguei ao lugar de onde saimos para a trilha e lá estava Judite me esperando. Soube depois que alguns turistas se perderam por alguns minutos até o guia voltar a encontra-los já no escuro.  Experiência fala mais alto né? Voltamos para casa, e Jeanne estava me esperando. Era hora do jantar. 
A mãe da Judite preparou a mesa e nos chamou para comer, as refeições, confeccionadas num forno a lenha da cozinha de adobe, eram à base de batata e quinua, simples mas saborosas, sem requinte mas partilhadas com generosidade.  A base da alimentação das ilhas Amantaní além da batata como em todo país é a quinua, para quem nunca ouviu falar, a quinua é uma excelente fonte de carboidrato de baixo índice glicêmico, que leva mais tempo para ser transformado em açúcar no sangue. Isso evita a produção em excesso de insulina, o hormônio responsável pelo estoque de gordurinhas. Ainda tem vitaminas, sais minerais e gordura boa. Mas é a proteína de alto valor biológico que faz desse grão um alimento especial. “A quinua tem uma combinação de aminoácidos (componentes da proteína) semelhante à do arroz e feijão juntos”,. Cada grão contém 20 aminoácidos diferentes, entre eles a metionina e a lisina, responsáveis pela formação de uma proteína completa e de boa absorção. Por isso é bom consumi-la, inclusive quem quer ganhar um pouco de massa muscular. Vou levar uns kilos de quinua quando regressar, no Brasil ainda é muito caro pois se trata de alimento importado.
Não há hotéis em Amantaní mas, mesmo que houvesse, não trocaria o aconchego da sopa ao pequeno-almoço pelo impessoal bufet de um hotel.



Após o jantar, fomos descansar e Judite veio nos convidar para uma festa que os nativos dá ilha organizaram para a gente a noite. Ela nos trouxe roupas tipicas e auxiliou Jeanne com as vestimentas. 

A festa foi organizada em um salão grande fechado que eles utilizam para as reuniões da comunidade. Coisa muito simples, mas interessante pelo fato de estarmos vestidos iguais a eles desfrutando daquele cenário familiar. Após alguns minutos uma bandinha nativa com uma flauta peruana e um bumbo começou a tocar e a Judite nos convidou para dançar o "segure-se" a dança tipica das ilhas Amantaní. 
Que fantástico, que lindo este povo, mesmo com toda a simplicidade de que realmente parecia ser, participamos das suas vidas como se para eles a coisa mais importante naquele momento era as nossas presenças naquele lugar e estavamos ali apenas a algumas horas. Sempre muito sorridentes tratam todos com muito respeito e cuidado além de uma finissima educação.



Para refrescar após a dança, os nativos vendem cerveja, mas preferimos não beber, a garrafa é de um litro e naquela altitude poderiamos não passar bem. 
Nos despedimos da festinha e a Judite nos acompanhou para casa. Estava frio e desmaiamos em sono profundo.


Recordando que nas Ilhas Amantaní, quase não existe energia nem água encanada, passamos este dia sem tomar banho, instalados em um ambiente simples com gente humilde  e comida simples. O sanitário é apenas um vaso sem tábua fincado no chão em um quartinho bem pequeno fora da casa. Os nativos não tem hábito de usar papel higiêncio por isso é bom levar o seu. Não é um turismo para qualquer um, se não for sua praia vivenciar  uma cultura, entender a vida e observar como a existência humana funciona nos quatro cantos do mundo é melhor que não vá! Sei  que o meu encantamento as minhas experiências e deslumbramento sob a minha ótica pode não ser igual a de todo mundo.
Deixamos Amantaní pela manhã as 8:00 e fomos para Taquile.. 




Até a próxima.



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Salvador, Bahia, Brazil
Luiz é guia de turismo com 10 anos de experiência no segmento, formado em turismo e pós graduado em metodologia do ensino para educadores do nível superior. Professor, apaixonado pelo setor, desenvolve novas técnicas e melhorias para o turismo na sua cidade. Quem conheceu Salvador através da sua ótica, sabe que ele não é apenas um estudioso no assunto mas também um autêntico Baiano apaixonado pela arte, cultura e memória do seu povo. Precisando dos seus serviços bem como dicas e informações adicionais basta entrar em contato ou acessar sua pagina. Ele terá imenso prazer em auxiliá-lo. Visitem seu site: www.luizguia.pro.br